Simone Mariotti Roggia

Simone

Simone Mariotti Roggia

Professora de Fonoaudiologia do Centro de Ciências da Saúde (CCS)

Simone Mariotti Roggia, do Departamento de Fonoaudiologia do Centro de Ciências da Saúde (CCS), é docente da UFSC desde 2010. Em 2016 ela teve a oportunidade de fazer um pós-doutorado na Universidade de Cincinnati, no estado de Ohio, Estados Unidos. Durante um ano — de 1º de fevereiro de 2016 a 31 de janeiro de 2017 — ela participou intensamente da vida acadêmica norte-americana e também atuou no National Institute for Occupational Safety and Health (Niosh — Instituto de Saúde e Segurança Ocupacional).

Na universidade, seu orientador foi o professor Brian Earl, do Department of Communication Sciences and Disorders. Em Niosh, sua coorientadora foi Thaís Morata, pesquisadora brasileira que atua há 15 anos no instituto. “Em termos de aprendizado para a carreira docente, meu pós-doutorado foi uma oportunidade de trabalhar com pesquisadores de todo o mundo. Essa diversidade de nacionalidades é muito maior do que a que temos aqui no Brasil. As redes de pesquisas são muito mais globalizadas, o que é bastante estimulante. É muito bom poder viver outra cultura”, afirma Simone.

Nesse período, a professora integrou uma equipe voltada a estudos de prevenção de perdas auditivas: “Meu objetivo era pesquisar quais são os melhores exames para detectar os efeitos do ruído e dos produtos químicos no sistema auditivo. Levei dados que já havia coletado aqui em Santa Catarina, para buscar formas diferentes de avaliar as deficiências auditivas.” Simone integrou uma rede de pesquisas nessa área, à qual continua vinculada desde que retornou.

A cooperação entre os pesquisadores de outras nacionalidades chamou sua atenção: “É claro que também existe competição no meio acadêmico, mas lá, eles trabalham de forma muito mais colaborativa, contribuem muito uns com os outros.” Ela explica que na universidade norte-americana onde atuou era usual que, antes de solicitarem financiamento, os, pesquisadores apresentassem o projeto para a comunidade universitária, com o objetivo de ouvir sugestões, críticas e contribuições. “Por aqui, muitas vezes nem sabemos sobre os projetos que outros professores estão desenvolvendo.”

Outro ponto positivo que Simone observou durante sua experiência nos Estados Unidos foi a facilidade para se conseguir financiamentos para pesquisa: “Os pesquisadores têm à disposição tudo o que precisam para pesquisar: equipamentos de excelente qualidade, estrutura física, verba para custeio. Na UFSC também temos equipamentos bons, mas temos muita dificuldade para conseguir material de consumo.” Ela pondera que o contraponto a essa facilidade para financiamento é uma pressão maior por produtividade: “A vida dos professores de lá é ainda mais puxada do que a nossa. Exige-se muito deles.”

Simone frequentou disciplinas, participou de seminários, reuniões e grupos de estudos. Também teve a oportunidade de participar de dois eventos acadêmicos internacionais: apresentou trabalho no Encontro Anual da Academia Americana de Audiologia (Audiology Now), em Phoenix; e foi ao Encontro Internacional de Audiologia, em Vancouver, Canadá.

Outro aprendizado foi sobre a importância da divulgação científica. “Há muito estímulo para se traduzir para o público as pesquisas científicas. Não devemos divulgar as pesquisas apenas entre os cientistas. As pessoas precisam saber o que fazemos. O Niosh tem um blogue de divulgação científica, que é constantemente atualizado. Os cientistas também publicam na wikipedia e corrigem conteúdos da enciclopédia colaborativa. Essa também é uma forma de fazer divulgação científica. Os estudantes são incentivados, desde o início, a divulgar seus trabalhos, em uma linguagem acessível, para um público mais amplo.”