Carlos Alberto Sapata Carubelli

Carlos

Carlos Alberto Sapata Carubelli

Administrador na Fazenda Experimental da Ressacada do Centro de Ciências Agrárias (CCA)

O sorriso largo compõe a personalidade amigável e entusiasta de Carlos Alberto Sapata Carubelli. O jovem de 31 anos, natural de Braúna, interior de São Paulo, se mudou para Florianópolis em maio de 2013 ao ser chamado para assumir uma vaga como concursado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O seu local de trabalho é diferente. Em meio à vegetação e aos animais, é administrador na Fazenda Experimental da Ressacada, local vinculado ao Centro de Ciências Agrárias (CCA) da universidade. Mais que seu local de trabalho, a Ressacada é o seu lar. “Fiquei surpreso ao ser nomeado para a Fazenda, para mim fazenda seria algo fora da capital. Trabalhar lá é ótimo. Conheci uma realidade distante da minha que me fez crescer pessoalmente e profissionalmente”.

Unindo a experiência de trabalho com a vida escolar frequentada em unidades públicas, Carlos trouxe de dois intercâmbios realizados nos últimos anos a vontade de fazer algo pela comunidade local. Em setembro de 2016 ele teve a sua primeira experiência de intercâmbio acadêmico em um período especial: durante o mestrado em administração. “Foram 10 dias em Cuba, na Província de Mayabeque, acompanhando o método da Universidad Agraria de La Habana em que o foco está no desenvolvimento sustentável local”.

Carlos conta, entusiasmado, que em Cuba é a comunidade quem decide, junto com os membros da universidade, os rumos que a localidade tomará, como também quais os desafios serão enfrentados unindo a participação cidadã com a acadêmica. “O papel da universidade é importante, neste contexto, porque ela está lá como uma ponte do governo para fomentar políticas públicas e capacitar a população”.

A sua segunda experiência de intercâmbio é recente: dezembro de 2017, na Argentina. A oportunidade surgiu por meio do Programa Escala de Gestores y Administradores da Asociación de Universidades Grupo Montevideo (AUGM), em que a UFSC abre anualmente editais que oportunizam aos técnico-administrativos em Educação (STAEs) a vivência em universidades latino-americanas. Uma semana na Universidad Nacional del Litoral (UNL), cidade de Santa Fe, fez com que Carubelli ratificasse a sua vontade de promover políticas públicas de extensão na Fazenda Ressacada. “Neste intercâmbio, conheci a rotina, a hierarquia e os projetos de extensão da universidade. O que me chamou a atenção é o fato dela estar presente na comunidade com foco no desenvolvimento local”.

Foi neste momento, ao fechar o ciclo do mestrado com as duas recentes experiências de internacionalização, que Carlos compreendeu que a relação entre universidade e comunidade pode ser aprofundada na Fazenda Ressacada como forma de transformar a realidade social. “Para agir, precisamos conhecer exemplos de sucesso, experiências de outras universidades e, com a nossa vivência, montar um plano próprio. O papel da universidade é intercambiar ideias e, com isso, gerar mais conhecimento e novos programas de acordo com a realidade local”.

Na Argentina e em Cuba, o STAE e intercambista da UFSC aprendeu, experimentou e trocou informações sobre desenvolvimento sustentável local tendo como área de estudo a extensão. Repleto de ideias, Carlos demonstra que a internacionalização é uma oportunidade rica para oxigenar o ambiente de trabalho e inspirar ações acadêmicas voltadas à educação e inserção da comunidade nos locais em que a universidade atua. “Penso em focar o meu doutorado nesta linha e, para mim, essa experiência me enriqueceu muito. Voltei para o meu trabalho com muita vontade de fazer mudanças, participar de projetos que podem melhorar a realidade social. Esse é o papel da universidade: conhecer outras realidades, trocar vivências e gerar conhecimento”.

Além de adquirir conhecimento, Carlos acredita que a sua experiência de internacionalização podem servir como combustível junto aos colegas de trabalho. “Que a minha experiência sirva como multiplicador e sensibilize mais pessoas para agir localmente”.